O arranha-céu: símbolo de poder e representante da economia espacial. Essa tipologia construtiva possui um passado histórico, turbulento e até contestado. Conheça, a seguir, a história de 17 destas torres que alteraram o curso da arquitetura:
1891 – Edifício Wainwright / Adler & Sullivan….
Entre os primeiros arranha-céus construídos no mundo, o Edifício Wainwright de Louis Sullivan e sócio Dankmar Adler é tido como um protótipo de grande influência nos desenhos de edifícios em altura modernos. O projeto exemplifica esteticamente as teorias de Sullivan sobre edifícios em altura, com a composição tripartida de base, corpo e coroamento, que é baseado nas estruturas das colunas clássicas. Seu sistema construtivo é baseado em uma armadura metálica e revestido por alvenaria e leva crédito por ter sido a primeira utilização exitosa de construção com estruturas metálicas.
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1902 – Flatiron Building / Daniel Burnham
Um dos edifícios mais conhecidos de Nova York, o Flatiron Building foi uma ousada declaração de arquitetura na virada do século 20. Conhecido por seu formato triangular na intersecção da 5ª Avenida com a Broadway, a icônica presença do Flatiron Building transformou toda essa área de Manhattan no Distrito de Flatiron. O estilo de Belas Artes e o detalhamento conferem o edifício toques de precedentes arqutitetônicos encontrados na Europa na épooca.
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1913 – Woolworth Building / Cass Gilbert
O Woolworth Building, um dos primeiros edifícios em altura é elegante e inovador, inaugurado em 1913 e se sustenta até hoje como um ícone do skyline de Nova York. Um exterior historicista envolve uma moderna torre metálica, incorporando o espírito moderno do progresso da época e a hesitação em romper completamente com o passado. Um monumento ornado para e economia crescente dominante em Nova York, o edifício foi nomeado a “Catedral do Comércio”. Enquanto inicialmente previsto como o edifício mais alto de seu distrito com 45 pavimentos e mais de 190 metros de altura, o projeto final subiu para 60 pavimentos e 241 metros de altura, se tornando o maior edifício do mundo quando foi inaugurado.
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1924 – Ville Radieuse / Le Corbusier
Ville Radieuse (Cidade Radiante) é um masterplan não construído de Le Corbusier, apresentado em 1924 e publicado em um livro de mesmo nome em 1933. De acordo com os ideias modernos do progresso, (que incentivavam a aniquilação da tradição) a Cidade Radiante era pra emergir de uma tabula rasa: era para ser construída sobre nada menos do que as cidades vernaculares europeias após serem demolidas. Embora radical, estrita e quase totalitária em sua ordem, simetria e padronização, os princípios propostos por Le corbusier tiveram uma grande influência no planejamento urbano moderno e levou ao desenvolvimento de tipologias de habitação de alta densidade.
1930 – Chrysler Building / William Van Alen
O Chrysler Building de William Van Alen é identificável de grandes distâncias graças ao seu notável estilo e perfil no skyline de Nova York. Com 319.5 metros de altura, o Chrysler Building abriga 77 pavimentos. O proprietários tinha intenções de ser o edifício mais alto do mundo quando construído, o que durou apenas 11 meses – até ser ultrapassado pelo Empire State Building em 1931. O Chrysler Building é um exemplo clássico do estilo Art Deco com distintiva ornamentação baseada nas características encontradas nos veículos Chrysler da época.
1950 – SC Johnson Wax Research Tower / Frank Lloyd Wright
Johnson Wax Tower, Location: Racine WI, Architect: Frank Lloyd Wright[/caption]Um compromisso corporativo com inovação combinados com a tendência de desenhos visionários de Wright resultaram em uma estrutura pioneira e ainda assim desafiadora. Uma expansão da sede da empresa junto ao Edifício Administrativo também desenhado por Wright de uma década anterior, o projeto da torre expandiu as visões do arquiteto de um espaço de trabalho moderno e um sistema estrutural biomimético. As lajes dos pisos se projetavam em balanço de um núcleo de concreto armado, e faixas de tijolos alternados com tubos de vidros transparentes envolvem os espaços de laboratórios. Ainda mantido pela empresa embora em grande parte desocupado nos dias de hoje, a torre pode ser considerada a forma perseguida às custas da função ou uma grande conquista arquitetônica.
1958 – Seagram Building / Mies van der Rohe
Localizado no coração de Nova York, o Seagram Building projetado por Mies van der Rohe sintetiza os elegantes princípios do modernismo. O edifício de 38 pavimentos na Park Avenue foi a primeira tentativa de Mies na construção de edifícios corporativos em altura. O grande gesto de Mies com o Seagram Building foi o recuo de 30 metros em relação a rua criando uma praça aberta altamente ativa. O detalhamento das superfícies exteriores foi cuidadosamente determinado pela expressão externa que Mies desejava alcançar. Os elementos verticais acrescidos também soltados das esquadrias de janelas não apenas acrescentam resistência na envoltória externa, mas esteticamente melhoram a articulação vertical do edifício.
1958 – Pirelli Tower / Gio Ponti, Pier Luigi Nervi
Em contraste com o entorno tradicional de Milão, a Torre Pirelli é um dos exemplos pioneiros de edifícios modernos na Itália. Apelidado de “Il Pirellone” (O Grande Pirelli), a torre de 127 se manteve como o edifício mais alto da Itália de 1958 a 1995. O projeto da estrutura, a cargo do arquiteto/designer Gio Ponti e o engenheiro Pier Luigi Nervi, contava com um planos oblíquos em seu volume – ao contrário dos volumes tradicionais retilíneos prevalecente nos EUA – incentivando uma maior liberdade criativa em uma época que os arranhacéus tipicamente faltavam experimentação. A estrutura delgada de 33 pavimentos de Ponti, parecia se projetar do solo como um míssil, se erguendo entre seu contexto de poucos pavimentos. Localizado no centro do terreno, a torre se distanciou das ruas.
1961 – Chase Manhattan Plaza / SOM
P150[/caption]Inaugurado em 1961, o arranha céu de 60 pavimentos de Gordon Bunshaft da SOM é uma história de amadurecimento da presença de Skidmore, Owings, e Merrill como líderes nacionais de projetos de arquitetura corporativa que evocam eficiência e funcionalidade. Se erguendo 250 metros por sobre as ruas de Manhattan, a esguia torre apenas ocupa 30% do terreno de 2.5 acres. O edifício empregou os materiais mais pré-moldados e econômicos disponíveis na época de construção e é revestido em painéis de alumínio com um sistema de fachadas de aço e vidro.
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1964 – Peabody Terrace / Sert, Jackson & Gourley
Construído em 1964 durante seu mandato como Reitor da Escola de Graduação em Design, o Peabody Terrace de Josep Lluís Sert proporciona quase habitação para quase 1500 estudantes de graduação de Harvard e seus familiares. Entre os muitos projetos que Sert projetou para o campus de Harvard, é uma manifestação de sua visão para um bairro ideal. Muitos elementos como a negociação da escala, programas de uso misto, espaços abertos compartilhados e estética de projeto tiveram grande influência mas representam um ponto de partida em relação a projetos de edifícios de habitação modernos. Peabody Terrace é um exemplo de protótipo de projetos do século XX defendidos pela comunidade arquitetônica como um exemplar de ideais progressistas modernos, mas altamente criticado por vizinhos e opinião pública por ser impositivo, frio e não atraente. Essa composição de massas mais baixas é pontuado por três torres de 22 pavimentos. A gradação em altura se relaciona com os contextos residenciais de poucos pavimentos enquanto também proporciona maior densidade exigida pelas necessidades de habitação da universidade.
1964 – Marina City / Bertrand Goldberg
Embora não seja tão famoso como a Sears Tower ou o John Hancock Building, as formas distintivas de ‘espiga de milho’ do Marina City tem uma forte presença entre a arquitetura moderna, assim como o skyline Chicago. O arquiteto Bertrand Goldberg, exaustivamente acreditava que as pessoas queriam viver no centro da cidade de Chicago. Sua abordagem em relação ao Marina City foi projetar ‘uma cidade dentro de uma cidade’ que pudesse acomodar completamente as necessidades atividades diárias em apenas alguns metros de suas casas. Foi uma maneira de trazer os produtos e comodidades suburbanas e facilitar o acesso a um ambiente urbano.
1967 – Centro de Imprensa e Difusão Shizuoka / Kenzo Tange
Construído em 1967, este edifício foi a primeira realização espacial das ideias metabolistas de Tange de crescimento urbano organicamente inspirado, desenvolvido nos anos 1950. O Shizuoka Press and Broadcasting Center é muito mais significativo que seu tamanho relativamente pequeno sugeriria, englobando conceitos de uma nova ordem metabolística na arquitetura e planejamento urbanos que prevaleceram no Japão do pós Segunda Guerra Mundial. O núcleo cilíndrico de infraestrutura possuía 7,7 metros de diâmetro, alcançando a altura de 57 metros, continha escadas, dois elevadores, uma cozinha e instalações de banheiro em cada pavimento. O núcleo servia como um shaft de acesso às unidades modulares de escritórios: caixas de aço e vidro em balanço de 3,5 metros que pontuavam o núcleo principal em laterais alternadas.
1973 – Willis Tower (Sears Tower) / Skidmore, Owings, & Merrill
Erguendo-se por sobre a ventosa cidade de Chicago, a Willis Tower (antigamente conhecidas por Sears Tower) já foi o edifício mais alto do mundo quando foi inaugurado em 1973. Seu formato em “tubo empacotado” foi uma inovação do engenheiro Fazlur R. Khan de SOM, e esses nove volumes conformam a estrutura básica do arranha-céu. Esse sistema permitiu que grandes espaços abertos de escritórios nos pavimentos mais inferiores (onde estariam os escritórios da Sears) e espaços menores a medida que se aproxima do topo, com vistas sem obstrução da cidade. O sistema estrutural também economizou dez milhões de dólares em custos relacionados ao aço.
1976 – World Trade Center / Minoru Yamasaki Associates + Emery Roth & Sons
Um ícone de Nova York que já rivalizou com estruturas como a Estátua da Liberdade e o Empire State Building, o World Trade Center, comumente conhecido como as Torres Gêmeas, já foi uma das estruturas mais reconhecidas da história. Projetado pelo arquiteto japonês/estadunidense Minoru Yamasaki, ostentou o título de edifício mais alto do mundo de 1972 a 1974. Até o seu trágico fim, o terreno do WTC era um grande destino, acomodando um fluxo de mais de 500.000 funcionários e 80.000 turistas em um típico dia de semana. A estrutura foi projetada como uma expressão física da paz mundial e um local de comunicação, informação, proximidade, e conveniências face-a-face para uma variedade de parceiros empresariais e financeiros. Os dois arranha-céus de 110 pavimentos possuíam espaços de escritórios de planta aberta, mas também abrigavam um estacionamento subterrâneo para 2000 veículos, um grande átrio e um deck de observação. As torres compartilhavam uma planta simples, um quadrado de 63 por 63 metros com esquinas levemente arredondadas, envoltos em um núcleo de 26 x 41 metros composto de 47 colunas metálicas.
1977 – Citigroup Center / Hugh Stubbins + William Le Messurier
Em uma cidade de arranha-céus de quase todas as formas e tamanhos, o Citigroup Center na Avenida Lexington é um dos mais únicos de Nova York. Apoiado em quatro pilares perfeitamente centralizadas em cada orientação, tem um balaço de 22 metros por sobre a calçada e possui sua marca registrada em uma fachada inclinada a 45º em seu topo. A estrutura original responsável por essas características marcantes também continha um grande descuido que quase resultou em uma catástrofe estrutural, conferindo a alcunha de “o maior desastre estrutural que nunca aconteceu”. A conto incrível – agora legendário entre engenheiros estruturais – acrescenta um pano de fundo para uma das estruturas mais icônicas do skyline de Manhattan. Para manter sua alta eficiência com e baixa massa, a estrutura acabada foi construída com o fator de segurança no mínimo, uma decisão que iria assombrar os engenheiros.
1984 – AT&T Building / Philip Johnson e John Burgee
Pode ser o detalhe arquitetônico mais importante dos últimos cinquenta anos. Surgindo bravamente entre o mar de arranha-céus da Madison Avenue no midtown Manhattan, o frontão aberto de do AT&T Building, projeto de 1984 de Philip Johnson e John Burgee (agora chamado de Sony Tower) numa só tacada virou o mundo da arquitetura de cabeça pra baixo. Essa brincadeira com sua referência histórica contradisse explicitamente os imperativos modernistas e anunciou a chegada dominante de uma abordagem de desenho definido pela não busca de significado arquitetônico. Enquanto que a característica mais icônica do edifício seja seu coroamento, talvez os elementos formais mais ilustrativos das sensibilidades Pósmodernas ocorre a 200 metros do solo. Aqui, um pórtico de entrada sugestivo das antigas arcadas italianas imediatamente remove os turistas do moderno distrito de Manhattan.
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1984 – PPG Place / John Burgee Architects com Philip Johnson
O projeto de PPG Place, por Philip Johnson e John Burgee, transpassa a noção da torre corporativa moderna, com um monumento neo-gótico. É um conjunto de 6 volumes: uma torre de 40 pavimentos, outra de 14, e quatro edifícios de 6 pavimentos. A composição dos volumes mais baixos negocia a verticalidade da torre principal e o contexto do entorno, de volumes baixos, ainda que todos os edifícios estejam materialmente integrados e organizados em torno a uma praça central. Revestido em quase um milhão de metros quadrados de vidro fabricados pelo inquilino âncora, as indústrias PPG, os arquitetos engenhosamente repensaram práticas adotadas no projeto das cortinas de vidro. O complexo de 155148 metros quadrados foi único de uma série de projetos corporativos de alto perfil concluídas durante incursão controversa de Johnson para o pós-modernismo.